sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

Rex Deus

O Verdadeiro Mistério de Rennes-le-Château e a Dinastia de Jesus

Marilyn Hopkins, Graham Simmans & Tim Wallace-Murphy

Imago Editora



É um facto que, ainda durante o ano de 2003, veio a lume a tradução para a língua de Camões de uma obra central, entre todas as que abordam o tema do mistério de Rennes-le-Château: The Holy Blood and the Holy Grail, que na tradução deu: O Sangue de Cristo e o Santo Graal. No entanto, falaremos deste livro apenas em futura edição deste boletim. Por ora, e uma vez que em português não abundam livros sobre o tema, iremos abordar uma outra obra que trata deste mesmo assunto: Rex Deus, cujo subtítulo é O Verdadeiro Mistério de Rennes-le-Château e a Dinastia de Jesus.

O que há então de misterioso na pacata aldeia de Rennes-le-Château?


Sem dúvida que o maior de todos os mistérios é aquele que surge com Bérenger Saunière. Paroco da «Aldeia no Topo da Colina» a partir de 1 de Junho de 1885, a sua actividade nada tem a assinalar até 1891. Mas, desse ano em diante e após a descoberta de quatro manuscritos antigos, que se encontravam no interior de uma das duas colunas visigóticas que suportavam o altar da Igreja, tudo se modificou. Dedicada a Maria Madalena, a Igreja, datada de 1059, necessitava de reparos urgentes e durante o restauro, ao retirar a pedra do altar, Saunière encontrou os referidos manuscritos. Os restauros na Igreja continuaram, mas o ritmo dos mesmos sofreu uma alteração radical. De um momento para o outro, Saunière começou a gastar muito, mas mesmo muito dinheiro, não só nos reparos da Igreja como na construção da famosa Torre Magdala, na estrada que sobe até à aldeia, entre outras obras que beneficiaram os paroquianos. Os registos indicam que entre 1896 e a data da sua morte em 1917, «gastou mais de 200 mil francos de ouro (...) equivalente a vários milhões de libras de hoje».


Após várias considerações, os autores de Rex Deus chegaram a uma conclusão, que já outros haviam chegado: existe uma relação entre os manuscritos e um importante segredo relacionado com uma hipotética descendência da Linhagem Real de Cristo. É neste intrigante assunto que esta obra se embrenha, apresentando uma série de indícios no sentido da existência de uma «Mão Oculta da História»: um grupo de famílias descendentes dos vinte e quatro sumo-sacerdotes do Templo de Jerusalém (entre os quais Jesus Cristo), intitulado Rex Deus.


Pelo meio, Templários, a Cruzada Albigense, Maçons e Rosacruzes são temas que mereceram uma cuidada atenção. As considerações dos autores sobre estes temas, são pertinentes para todos aqueles que se interessam pela Cavalaria Espiritual e outros assuntos relacionados.


Por tudo o que foi dito, esta é uma obra importante e que, apesar de se basear em grande parte no livro que referimos no início, consegue trazer complementos ao mesmo e até hipóteses totalmente inéditas.

domingo, 19 de outubro de 2003

Quinto Império

Augusto Ferreira Gomes

Parceria A. M. Pereira




Augusto Ferreira Gomes terá sido o melhor Amigo de Fernando Pessoa - talvez até o seu único e verdadeiro Amigo. Esta é uma assumção de nossa lavra, mas que não estará muito longe da verdade, pois sabemos da timidez e das dificuldades de sociabilização de Pessoa, e é certo que Ferreira Gomes terá sido um dos poucos que conseguiram compreender o carácter instável e a dispersividade hetero-psíquica do Poeta nascido no Ano Certo. Disto até dizermos que Ferreira Gomes terá sido o melhor Amigo de Fernando Pessoa ainda vai um grande passo, mas não há dúvida que entre os dois houve uma relação de evidente lealdade e mesmo ternura.


De facto, ao falarmos de Ferreira Gomes é difícil omitir Pessoa, apesar de se ter excluído a ideia de que o primeiro foi discípulo do segundo.


Mas, desta feita, daremos a primazia a Ferreira Gomes, uma vez que veio a lume o seu Quinto Império, re-edição da Parceria A. M. Pereira, responsável também pela primeira edição desta obra, corria o ano de 1934 - o mesmo ano em que era editada a Mensagem, pela mesma chancela.


Verdadeiramente incontornável esta enigmática e obscura Poesia/Profecia que, talvez não sendo a obra mais importante deste poeta do Primeiro Modernismo, é sem dúvida a mais emblemática. A obra é dedicada a Fernando Pessoa e prefaciada por este. Prefácio onde o Poeta que encarnou a Alma Lusa relata, de uma forma sucinta, aquilo que pensa e sente sobre o famigerado Quinto Império.


Não menos importante será o posfácio de J. Pinharanda Gomes, que optou pela abordagem breve de quatro temas/assuntos relacionados com Ferreira Gomes, a saber: a amizade e companheirismo com Fernando Pessoa, a sua intervenção no "caso Crowley", a listagem da obra em livro e uma nótula sobre o Quinto Império.


No seu conjunto - prefácio, obra, posfácio - este pequeno livro transforma-se numa obra de referência, para aqueles a quem esta temática desperta o interesse.


Fernando Pessoa com Augusto Ferreira Gomes no Rossio

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