Augusto Ferreira Gomes
Parceria A. M. Pereira
Augusto Ferreira Gomes terá sido o melhor Amigo de Fernando Pessoa - talvez até o seu único e verdadeiro Amigo. Esta é uma assumção de nossa lavra, mas que não estará muito longe da verdade, pois sabemos da timidez e das dificuldades de sociabilização de Pessoa, e é certo que Ferreira Gomes terá sido um dos poucos que conseguiram compreender o carácter instável e a dispersividade hetero-psíquica do Poeta nascido no Ano Certo. Disto até dizermos que Ferreira Gomes terá sido o melhor Amigo de Fernando Pessoa ainda vai um grande passo, mas não há dúvida que entre os dois houve uma relação de evidente lealdade e mesmo ternura.
De facto, ao falarmos de Ferreira Gomes é difícil omitir Pessoa, apesar de se ter excluído a ideia de que o primeiro foi discípulo do segundo.
Mas, desta feita, daremos a primazia a Ferreira Gomes, uma vez que veio a lume o seu Quinto Império, re-edição da Parceria A. M. Pereira, responsável também pela primeira edição desta obra, corria o ano de 1934 - o mesmo ano em que era editada a Mensagem, pela mesma chancela.
Verdadeiramente incontornável esta enigmática e obscura Poesia/Profecia que, talvez não sendo a obra mais importante deste poeta do Primeiro Modernismo, é sem dúvida a mais emblemática. A obra é dedicada a Fernando Pessoa e prefaciada por este. Prefácio onde o Poeta que encarnou a Alma Lusa relata, de uma forma sucinta, aquilo que pensa e sente sobre o famigerado Quinto Império.
Não menos importante será o posfácio de J. Pinharanda Gomes, que optou pela abordagem breve de quatro temas/assuntos relacionados com Ferreira Gomes, a saber: a amizade e companheirismo com Fernando Pessoa, a sua intervenção no "caso Crowley", a listagem da obra em livro e uma nótula sobre o Quinto Império.
No seu conjunto - prefácio, obra, posfácio - este pequeno livro transforma-se numa obra de referência, para aqueles a quem esta temática desperta o interesse.
Fernando Pessoa com Augusto Ferreira Gomes no Rossio
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