quinta-feira, 19 de fevereiro de 2004

Letters From Nowhere


Raymond Bernard

Circes International



Um livro bom de um homem bom! Assim se referiu a este livro o nosso Amigo Alexandre Gabriel. Concordámos, naturalmente.

Ficámos, no entanto, indecisos se havíamos, ou não, de referir esta obra no Arte de Ler. Isto porque se trata de uma obra em inglês (o original é em francês), não traduzida para o português e, ainda por cima, muito difícil (se não mesmo impossível) de encontrar nas livrarias. Mas, consultámos o site da amazon.com, e o livro pode ser aí adquirido. Aproveitámos a navegação pela internet para colocar uma crítica a esta mesma obra, no referido site, a qual passamos a transcrever, numa tradução livre.


A nosso ver, este livro encontra-se dividido em duas partes distintas. A primeira é dedicada a um Tributo, de Raymond Bernard, a Kamal Joumblat, o Grão-Mestre dos Druzos, que nos permite ter uma ideia completamente nova deste homem, assassinado à saída do seu château em Moktara, no Líbano. Ainda na primeira parte do livro, o Misticismo Rosacruz é referido, a que se acrescenta uma breve análise do filho do autor Christian Bernard, que é, presentemente, o Imperator da AMORC -, pelo próprio autor.

Na segunda parte do livro, que é maior do que a primeira, Raymond Bernard partilha as suas viagens espirituais pelos países orientais, de uma forma que é perceptível por todos. Os seus contactos com personalidades eminentes na Índia, e noutros países, como o Tibet ou Nepal, são descritos em profundidade, e tudo aquilo que a Raymond é permitido revelar, é revelado... Ao fazê-lo, Raymond permite um desenvolvimento espiritual a todos aqueles que encararem este livro com mente e coração abertos.

Claustro de Sonhos


S. Franclim

Hugin



No Livro do Esplendor, o Sepher ha-Zohar, que é um comentário à Bíblia, é dito que esta é susceptível de ser interpretada de 49 formas diferentes (Zohar, II, 130). O mesmo texto (Zohar, I, 25b) diz ainda que a Escritura apresenta 70 Sentidos. É evidente que estes são números simbólicos, sendo que o primeiro corresponde às 49 portas de misericórdia, de que o período jubilar é a imagem, podendo também remeter-nos ao Pentecostes... O 70 poderá ser uma “simplificação” do 72, outro número de cariz simbólico, naturalmente.

Esta informação, que obtivemos na obra 515 - O Lugar do Espelho de Lima de Freitas, da qual falaremos em futuro post, serve apenas para apoiar a ideia de que a nossa interpretação, dos poemas do Claustro de Sonhos de S. Franclim, é apenas uma das várias possíveis... A isto se presta a poesia!


Sabemos, por conversa com o autor, que a respectiva interpretação não está “correcta”, uma vez que não foi com esse sentido que o livro foi escrito. Mas, foi também o autor que nos disse que a achou interessante e, em certa medida, “concordou” com a mesma. E é por isto que, de seguida, a expomos.


Assim, consideramos que a poesia em Claustro de Sonhos expressa o ultrapassar do Nigredo alquímico, culminando numa Morte Simbólica e num Renascimento, após o qual o poeta nos diz que a sua alma está «sedenta de Luz». Pelo meio, o autor vai descrevendo o desenrolar do seu processo interior, em certas alturas (poucas), de uma forma leve e descontraída, mas noutras, revelando toda a profundidade desse mesmo processo, das dores e desalentos que acarreta.


Este livro denota uma maior maturidade do autor, apesar de ainda muito jovem. De facto, S. Franclim tem apenas 25 anos, mas conta já com um currículo literário considerável, com 7 livro editados. Relembramos aqui alguns: Espírito de Portugal, Os Montes da Glória ou O Último Maçon.

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