segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Nun'Álvares Pereira

Herói e Monge
Catolicidade e Portugalidade

António Maria M. Pinheiro Torres

Prefácio

Tal como os lanches, há livros de que se gosta muito e outros...

Bom, deste gostámos muito.

Em primeiro lugar, relata a vida de um grande herói, um homem santo, uma figura ímpar na História de Portugal: Nun'Álvares Pereira, a quem se deve a manutenção da independência do nosso País. E é, também, a partir da Batalha de Aljubarrota que se começou a entender Portugal, enquanto nação livre e com a sua identidade definitivamente enraizada no Povo.

De uma forma sucinta e coloquial, Pinheiro Torres descreve-nos os acontecimentos mais marcantes da vida do Santo Condestável, desde a sua infância, adolescência e idade adulta – altura em que assumiu funções militares da maior importância, como é do conhecimento de todos –, até à sua entrada para um convento Carmelita onde passou a professar – abdicando de todos os seus bens e, inclusive, do seu sobrenome, passando a ser conhecido apenas por Frei Nuno.

Mas, apesar de tudo o que é exposto na primeira parte do livro, que é, naturalmente, de extrema importância, é a segunda e terceira partes que queremos realçar. A segunda parte, composta de um capítulo único, remete-nos para a “Actualidade de Aljubarrota”, no sentido de que conhecer este acontecimento da nossa história é compreender melhor o que é ser-se português. E é isto – o sabermos e compreendermos o que é ser-se português – que se estende na terceira parte desta obra que, desta forma, se transforma num tratado, quase um ensaio filosófico, que apela ao patriotismo, ao conhecimento da nossa história, relembrando, de entre muitas outras realidades, que “um povo que fez o que fez tem o dever moral de continuar”…

É, então, nesta terceira e última parte que o autor nos revela as suas reflexões em torno da Identidade Portuguesa. Assim, este livro, que à partida seria apenas uma “simples” biografia, revela-se surpreendente, pela profundidade e acuidade dos pensamentos e pelo sentido de oportunidade na edição, uma vez que é uma pedrada no charco da letargia em que a maioria dos portugueses se encontra mergulhada.

terça-feira, 18 de outubro de 2005

O Céu Cai-lhe em Cima da Cabeça

Albert Uderzo

Editora ASA



Esta é a 33ª aventura do herói gaulês!

Ainda não li nenhum dos livros de Astérix desde a morte do criador da personagem, em 1997, René Goscinny.

Pelo que pesquisei, Uderzo faz Astérix enfrentar criaturas de outros mundos, sem ser os romanos. Tenho algum receio, mas terei que ler primeiro.

O certo é que os livros do Astérix marcaram muito a minha infância e juventude; a força do Obélix, os menires, a poção mágica, os Druidas, os javalis, as lutas contra os romanos, as paixões...

Posso agora dizer com franqueza, que todo este universo, criado por Goscinny, maravilhou-me e fez-me viver e recordar vidas passadas como gaulês, como celta, como romano, como lusitano...

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

O Livro da Ordem da Cavalaria

(1279-1283)

Ramon Llull

Assírio & Alvim












Foi ao entrar nos portões do Castelo de Tomar, a ver o Convento de Cristo, que um Cavaleiro Templário me ofereceu este livro.

Fico grato por poder ler as suas sagradas palavras.

O livro começa assim:

Deus honrado, glorioso, que sois cumprimento de todos os bens, por vossa graça e vossa bênção começa este livro que é da Ordem de Cavalaria.

E o Prólogo:

Por significação dos VII planetas, que são corpos celestiais e governam e ordenam os corpos terrenais, dividimos este Livro de cavalaria em VII partes, para demonstrar que os cavaleiros tem honra e senhorio sobre o povo para o ordenar e defender.

A primeira parte é do começo de cavalaria; a segunda, do ofício de cavalaria; a terceira, do exame que convém que seja feito ao escudeiro com vontade de entrar na ordem de cavalaria; a quarta, da maneira segundo a qual deve ser armado o cavaleiro; a quinta, do que significam as armas do cavaleiro; a sexta é dos costumes que pertencem ao cavaleiro; a sétima, da honra que se convém ser feita ao cavaleiro.

domingo, 2 de outubro de 2005

Reflexos do Riso sobre o Espírito e a Matéria


1ª Nota importante: Este é um texto atípico neste blogue, uma vez que o traço humorístico é a sua principal característica.

2ª Nota importante: Queremos agradecer à Escola Fedorentística, em particular ao R.A.P. e ao J.D.Q. pela inspiração.

3ª Nota importante: Este texto requer toda a sua atenção. Por isso feche todas as outras janelas da Internet que estejam abertas, excepto aquelas onde está a ver aquelas moças bem roliças. Essas não interferem.

4ª Nota importante: As notas não são assim tão importantes e podia ter começado logo a ler o texto.

O Texto

Portugal inteiro anda a falar de um certo livro; bom, não é bem Portugal inteiro, mas talvez aí umas 100 pessoas; ou talvez 50; bom… Eu e a minha mãe andamos a falar de um livro cujo título é “Reflexos do Espírito e da Matéria (ou do Buda, ou lá o que é)”.

Por acaso até fui eu que o escrevi.

Contudo, tenho de fazer desde já aqui um parêntese. De facto, não escrevi livro nenhum. Isto é, se alguém pensar que me sentei à secretária e disse “vou escrever um livro e tal”, e comecei a fazê-lo, isto não corresponde à verdade. A verdade é que reuni uma série de textos que foram seleccionados como sendo os menos maus, daqueles que escrevi ao longo de 5 anos, para um periódico chamado Lusophia.

Será interessante referir que muitos até foram escritos porque fui obrigado a fazê-lo. Interessante, também, seria encomendar um estudo a uma Universidade americana (uma vez que cá não temos pessoal qualificado para o fazer), que analisasse os textos, para saber quais tinham sido escritos por vontade própria, e quais tinham sido escritos por obrigação. No entanto, trata-se de um estudo totalmente inviável, pois iria necessitar de um enormíssimo rol de recursos humanos, cujo preço seria impraticável, mesmo para a América.

Mas por falar em obrigação, lembrei-me agora da quantidade de coisas que somos obrigados a fazer:

Somos obrigados a ir para a cama quando estamos a gostar tanto de ver o filme…

Somos obrigados a acordar de manhã quando estamos cheios de sono (devíamos ter ido para a cama mais cedo, pensamos. Ah, sim, estivemos a ver o filme, do qual nem vimos o fim, pois adormecemos entretanto)…

Somos obrigados a ir trabalhar e a enfrentar o trânsito quando preferíamos ir à praia…

Somos obrigados a sorrir para o nosso chefe ou patrão quando preferíamos esganá-lo…

Somos obrigados a sorrir para os clientes ou para os colegas quando preferíamos estar a sorrir para duas louras suecas, numa praia paradisíaca…

A obrigação é de facto aborrecida e é por ela que os putos ficam a detestar os Lusíadas e o Pessoa!

Assim, temos que aprender a lidar com a “obrigação” ou teremos de aprender a lidar com a “depressão” (não sei se isto é bem assim, mas pelo menos rimou).

Com isto, nem cheguei a referir muito o livro. Pelos vistos já só mesmo a minha mãe é que anda a falar dele… Talvez lhe peça para ela deixar aqui um post.

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Zéfiro

No passado dia 17 de Setembro, uma nova editora apresentou-se publicamente, num evento memorável que teve lugar na Quinta Wimmer, em Belas.

Nesta ocasião, foram apresentadas as primeiras cinco obras publicadas, a saber:

As Mansões Secretas da Rosacruz, de Raymond Bernard.


Portugal Cristianíssimo, de Rainer Daehnhardt.

A Câmara Secreta do Potala, de Yohannes C. Na Douma.


Reflexos do Espírito e da Matéria, de Luís-Carlos Silva.


E Os Dois Corvos de Odin, de S. Franclim.


Todos os autores estiveram presentes e tiveram a oportunidade de apresentar os seus livros, à excepção de Raymond Bernard, cuja apresentação esteve a cargo de José Medeiros.

Para saber mais sobre esta editora, consulte o site em www.zefiro.pt.

domingo, 25 de setembro de 2005

Pouca actividade Bloguista

É um facto que este blogue tem registado pouca actividade.

Contudo, agora que o tempo começa a ficar mais fresco e apetece ficar em casa, vamos tentar desenvolver este mesmo blogue, dando conta das nossas leituras e das nossas sugestões.

Fica feita a promessa, esperamos cumprir.

Para já fica a sugestão de um livro, de que faremos uma recensão em breve:

A Sombra do Templário, de Núria Masot, editado pela Dom Quixote.



É um livro de leitura envolvente, muitíssimo bem escrito, em que a boa estruturação do enredo nos leva por caminhos repletos de aventura...

Sabe bem ler um romance de quando em quando!...

sábado, 10 de setembro de 2005

Zéfiro

Nova editora no mercado português.

Veja em www.zefiro.pt.

quinta-feira, 28 de julho de 2005

Korrigans

Os Filhos da Noite

Mosdi e Civiello

Vitamina BD












Luiane viu o seu pai morrer e a mãe e o avô serem raptados e arrastados para o Outro Mundo na noite de Samain. Auxiliada pelos Korrigans ela irá combater os obscuros desígnios de Balor o senhor das trevas e mergulhar em terríveis batalhas.

A continuação será através dos “Guerreiros das Trevas”!!!

Apenas fiquei triste com o facto das 48 páginas passarem a correr deixando uma vontade enorme de agarrar a continuação do primeiro livro.

Trold

Histórias do Mar do Norte

Jonas Lie

Cavalo de Ferro











Jonas Lie é considerado um dos melhores escritores escandinavos do século XIX, pela primeira vez é traduzido em português, pela Cavalo de Ferro com dois volumes.

Estas histórias acabam por ser viagens acidentadas e maravilhosas entre gigantes, barcos flutuantes, lapões-feiticeiros...

Acabamos por ser conduzidos a tempos muito antigos mas com mensagens actuais.

Muito mistério, muitos sustos, tendo cada história um fim imprevisível.

terça-feira, 19 de julho de 2005

Oráculo VII

Irmão Lucas,

«A Insensatez Juvenil mostra um perigo na base de uma montanha. Perigo e imobilidade, eis a insensatez».

Manifesto sobre o Homem, Portugal e o Mundo

Acredito no Homem em Portugal e no Mundo!

Oiço os Profetas da Desgraça, os Velhos do Restelo a falarem da crise que o nosso país atravessa, a crise económica, a crise social, a crise familiar... falam ainda da crise europeia, do terrorrismo, da guerra...

Falam, falam, falam... instalam o medo... o pavor... a dor...

Então e o amor... o amor entre os homens... no amor às crianças.... o amor entre a familia... os nossos avós... os nossos pais... os nossos irmãos... os nossos filhos... os nossos netos... o amor com aquele que te estende a mão... o amor com o desconhecido... o amor com a natureza... o amor com tudo o que nos rodeia...

Acredito na Humanidade... acredito que ainda existem homens que ajudam aqueles que precisam....

Acredito que muitos desses homens vivem em Portugal, outros estão espalhados por todo o mundo...

A sua Luz cristalina paira sobre a terra e sobre as nossas cabeças... restabelecem a paz... a harmonia... a justiça... o amor...

Não podemos nunca deixar de acreditar no Homem!

Ainda muito podemos ouvir falar os tais profetas, mas tentemos ajudar cada vez mais aquele que está ao nosso lado... o Homem... através de um olhar, de uma conversa, de um abraço...

Pode ser que assim o Homem Português estenda o seu Amor ao Mundo.

quarta-feira, 22 de junho de 2005

Entre a Ciência e a Consciência


João Caraça

Campo das Letras



João Caraça tem um currículo vastíssimo no qual se destacam as suas funções enquanto Director do Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian, e o facto de ser consultor, para a Ciência, do Presidente da República (que, aliás, o "desafiou" a editar este mesmo livro).

Por si só, estes predicados seriam já suficientes para nos indicar que se trataria de uma obra de grande qualidade, abordando assuntos da maior relevância. Após a leitura da mesma constatamos que é muito mais do que isso...

Trata-se de um livro com pouco mais de centena e meia de páginas, nas quais estão compiladas as crónicas escritas para o Jornal de Letras, ao longo de um par de anos. Vamos ser totalmente honestos ao dizer que existiram algumas dessas mesmas crónicas que não nos despertaram tanto interesse como outras, mas isso não quer dizer que umas e outras não tenham a mesma importância. Relembramos aqui Agostinho da Silva que, de entre muitos dos seus conceitos absolutamente libertadores, costumava dizer «que não há nada que não seja interessante, os interesses é que variam»...

Em todo o caso, aquilo que nos parece mais importante neste livro é termos ficado a saber que existe alguém com grande influência, que se move com um enorme à vontade nos meios académicos e outros, e cujas ideias revelam um conhecimento muito preciso do Mundo que nos rodeia e quais os principais problemas que o assolam. Mais do que isto, são apresentadas soluções para esses mesmos problemas, não de uma forma radical – como muitas vezes acontece –, mas de uma forma sensata, razoável e, segundo nos parece, exequível.

Talvez aqui a questão genética tenha um peso fundamental. João terá herdado de seu pai Bento de Jesus Caraça que, como sabemos, foi um grande benemérito, essa força anímica que lhe permite trabalhar a um ritmo frenético, sem nunca conhecer o cansaço...

Muito mais haveria a dizer sobre este livro e sobre o autor. Este mesmo texto, escrito noutro dia e a outra hora, teria talvez outros contornos, outras nuances. Mas isto diríamos sempre: João Caraça é um Homem Bom – e isto que traspassa pelas linhas de todo livro é, para nós, talvez mais importante do que tudo o que foi dito supra.

domingo, 19 de junho de 2005

Oráculo VI

Irmão Lucas,

«É verdadeiro, completo, claro e certo. O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é igual ao que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa».

domingo, 5 de junho de 2005

As Delícias da nossa Europa


O Jardim das Delícias

João Aguiar

Asa



Para onde caminha a União Europeia?...

Como será essa dita união daqui a cem anos?...

Portugal: ainda existirá?...

O novo livro de João Aguiar, O Jardim das Delícias, não é livro que responde a tais questões. É o livro que constrói uma realidade possível, uma realidade onde Portugal é somente uma pequena parte da federação que é a Europa.

Em O Jardim das Delícias, a ficção é um ensaio sobre os problemas do futuro e a perda da identidade nacional. A narrativa é envolvente e o final devoramos num só trago, ficando a certeza de que tudo pode terminar da pior maneira...

O Jardim das Delícias: para mim, o melhor livro de ficção portuguesa publicado este ano.

quinta-feira, 19 de maio de 2005

Oráculo V

Irmão Lucas,

«...Quem viveu a certeza, lembra-se dela para sempre, e esta mesma certeza é transmitida a todos aqueles com quem a harmonia interior é firmada».

quinta-feira, 12 de maio de 2005

A Falta de Ler...

Não estou a ler nada, de nada.

Não tenho nenhum livro, nenhuma leitura interrompida, nada, nada!!!

Tenho alguns livros em perspectiva, já comprados, mas continuam nas estantes. Algumas leituras planeadas, mas continuam nos mesmos locais de descanso.

Tento escrever, mas as tentativas não passam de pequenas alterações de escritas já feitas há algum tempo, muito tempo.

Olho agora para mim, tentando encontrar as razões, os motivos de estar tão parado, e não encontro nenhuma explicação.

É como se um grande vazio tivesse ocupado o meu Ser, impedindo-me de ler ou escrever, mas será um vazio? Será a perguiça?

Penso que talvez se for ao encontro da natureza, de toda a existência e de todos os seres, terei alguma resposta.

Preparo-me para fazer pela primeira vez o Caminho a Santiago de Compostela, aí serei o buscador à procura de mim próprio, pois meus amigos, não sei onde, nem quando me perdi, apenas sei que tenho que encontrar-me, pelo que sou hoje, pelo que tenho que cumprir nesta vida junto daqueles que amo, junto de tudo e todos os que me rodeiam!

domingo, 8 de maio de 2005

O Reino dos Céus

Acabo de chegar a casa depois de ver O Reino dos Céus...

O filme é, como não poderia deixar de ser, muitíssimo mau. Para além de não acrescentar nada ao panorama cinematográfico, pois acaba por ser uma mistura de Gladiador com Senhor dos Anéis, os erros históricos, ou melhor, a deturpação histórica é gritante. É triste verificar que alguns realizadores têm como prioridade fazer passar as suas próprias crenças, em vez de se preocuparem em retratar a História, ou pelo menos uma aproximação àquilo que poderá de facto ter-se passado.

Assim, no filme, todos são bonzinhos, o Hospitalário, um santo, o Balian, praticamente um Cristo reencarnado, o Saladino,... bom Saladino foi de facto um grande homem. Depois, temos os bispos católicos, todos uns tolinhos (onde é que já vimos isto?...) e os Templários, "uma facção extremista, que não queriam qualquer relação com os sarracenos, não queriam a paz", de acordo com o que diz Ridley Scott, no sítio oficial do filme. Muitos de nós sabemos que isto não é de todo verdade, os Templários não foram nada daquilo que é passado no filme, apesar de dentro da Ordem existirem pessoas com ideais menos elevados, como é natural acontecer. Mas o que Ridley Scott fez foi transformá-los num bando de malfeitores, que apenas queriam fazer a guerra pela guerra, só por dar jeito para um enredo... E pensar que a maioria das pessoas que vai ver o filme nunca sequer ouviu falar nesta Ordem, que teve um papel fundamental na Idade Média, e é com essa ideia que vão ficar, chega a ser angustiante.

Existe inúmera literatura que se pode consultar sobre o tema retratado no filme, e pouca ou nenhuma coincidirá com o que vemos na película, em particular em relação à Ordem do Templo. Não esperamos que a consultem, nem esperamos que aceitem a nossa palavra, mas os Templários não foram nada daquilo que o Sr. Scott engendrou para dar um argumento ao seu filme. Pelo contrário, foi sempre esta Ordem que procurou fazer a ponte com o Islão, na busca de uma Paz duradoura entre as partes que se guerreavam. Foi esta Ordem que procurou erradicar a pobreza numa Europa mergulhada na miséria. Enfim, foi esta Ordem que procurou sempre o melhor para aqueles que a integravam e para aqueles a quem servia. Isto não passa, nem de perto nem de longe, no Reino dos Céus.

Mas, sejamos honestos, até há algumas partes boas no filme. Contudo não chegam para contrabalançar com as más e as muito más. É um filme que deixa um amargo de boca difícil de fazer desaparecer. Fica a esperança de que melhores filmes (e melhores dias) virão!...

terça-feira, 19 de abril de 2005

Oráculo IV

Irmão Lucas,

«Em seu trono entre o brilho das esferas,
com seu manto de noite e solidão,
tem a seus pés o mar novo e as mortas eras -
o único imperador que tem, deveras,
o globo mundo em sua mão.»

sexta-feira, 1 de abril de 2005

O Caminho a Santiago de Compostela


Se tudo correr bem, irei realizar, pela primeira vez, o caminho a Santiago no fim de Maio, princípios de Junho.

Começo agora a sentir na minha cabeça uma enorme vontade de fazer este caminho, como se ele tivesse vida própria e dia para dia gritasse cada vez mais alto aos meus ouvidos, para eu fazê-lo.

Dou por mim a pensar que vida ando a levar, quais são os meus objectivos, que missão tenho que cumprir, serei um bom pai? um bom marido? um bom irmão? um bom homem?...

Não tenho na vida problemas de maior, mas que vida afinal estou aqui a cumpri?

É interessante, muitas imagens, muitas árvores, aparecem-me em sonhos deste caminho que ainda não realizei, será a energia destes locais mágicos, que começam a misturar-se e a baralhar tudo aquilo que sou hoje?

Já fui a Santiago de Compostela, de automóvel, e senti de facto uma enorme força que me tocou bastante, mas nada é comparado com a sacudidela que o meu Ser está a passar neste momento.

Tenho que procurar o que que quer ser encontrado, tenho que conhecer o que quer ser conhecido, tenho que amar o que quer ser amado, tenho que cumprir o que quer ser cumprido, tenho que caminhar...

quinta-feira, 31 de março de 2005

Re-Criações Herméticas II

ensaios diversos sob o signo de Hermes

José Manuel Anes

Hugin Editores



Infelizmente temos que fazer uma crítica pela negativa a este livro de José Manuel Anes. Habituados que estamos ao bom trabalho que este Homem Bom nos tem apresentado, tanto em conferências e/ou cursos, ou através de outras obras publicadas, foi com grande tristeza que constatámos que as Re-Criações Herméticas II é um livro péssimo!

Naturalmente que podem existir outras opiniões; até pode haver quem o considere um excelente livro. No entanto, temos as nossas dúvidas que isso venha a acontecer, por várias razões.

Em primeiro lugar, o livro não teve qualquer revisão e, como tal, encontra-se repleto de erros ortográficos, alguns deles bem caricatos que até fazem sorrir: na capa lê-se re-criações, mas na lombada lêmos re-creações!!

Mas se isto é desculpável, o facto de ter outros erros de informação que é passada e que denotam um total descuido por parte do autor, isso já é mais preocupante. A título de exemplo, o nascimento de Buda não se celebra perto do Natal Cristão, mas sim a 22 de Maio... o candelabro Judaico não tem 8 braços... entre outros erros básicos!

Também não se percebe por que é que algumas citações de livros consultados estão traduzidas para o português e outras estão na sua língua original, em francês e em inglês. Ou se traduziam todos os excertos ou não se traduzia nenhum. Não compreendemos o critério utilizado.

Por outro lado, os temas abordados são muito variados e interessantes. A nosso ver, são tratados de uma forma demasiadamente académica, para o tipo de temas de que se trata - mas esta consideração é já um problema nosso. Contudo, fica sempre a sensação de que, apesar de ler muito e saber um pouco sobre temas vários, o autor não conhece ou não se debruça sobre nenhum deles a fundo, e ficamos sempre com a ideia de que nem tudo é bem assim como está referido. Também aqui podemos dar exemplos: a O.S.T.I. foi de facto fundada em 1971, quando não era mais do que um ramo da A.M.O.R.C.. Mas a organização que hoje existe nada tem a ver com essa que é referida nesta obra e surgiu em 1988. Pena que este tipo de informação - que consideramos essencial quando se fala de Ordens (neo) Templárias - seja totalmente descurada por parte do autor.

Ainda de referir (ou talvez nem interesse referir...), as defesas às teorias sobre a Quinta da Regaleira. Defesas essas perpetradas com ataques quase infantis, que denotam alguma falta de humildade, quando essas mesmas teorias são postas em causa, uma vez que, de facto, as suas bases são bastante discutíveis.

Em traços gerais, trata-se de um livro a evitar, cuja edição foi bastante infeliz, podendo mesmo trazer algum descrédito a um autor que, tendo já conseguido criar à sua volta uma aura de qualidade e bom senso, continua a merecer a nossa admiração. Mas, por favor, Sr. José Manuel Anes, não repita a façanha!

quarta-feira, 30 de março de 2005

Confusão

Caros Amigos,

Para aqueles que sabem do que estou a falar...

Já entrei naquele período difícil, a que apelidamos de confusão, desconstrução e outras coisas acabadas em ão.

Até ao meu regresso a 22 de Maio, beijos e abraços!!

sábado, 19 de março de 2005

Oráculo III

Irmão Lucas,

«Hu the mighty - Jesus the son of God - the least in respect of his worldly greatness whilst in the flesh, and the greatest in heaven of all visible majesties».

domingo, 6 de março de 2005

Exortação e Máxima de Vieira

«Comecemos de hoje em diante a viver, como quereríamos ter vivido na hora da morte. Vive assim como quizeras ter vivido quando morras».

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Fernando Pessoa e os Mundos Esotéricos


José Manuel Anes


Edições Ésquilo



A viagem pelos Mundos Esotéricos de Pessoa é fascinante e até perturbante, mas é, ao mesmo tempo, reveladora e iniciática.

José Manuel Anes disseca, uma vez mais, estes Mundos, que já antes haviam sido analisados, por Yvette Centeno e António Quadros p.e., mas que encontram agora novas nuances e novos enquadramentos, pela descoberta de documentação outrora desconhecida.

Baseado nas fases esotéricas do Poeta, definidas pelo supra citado António Quadros, o autor vai descrevendo o deambular iniciático de Pessoa, que ficou marcado pela sua passagem pela Teosofia, pelo neo-paganismo e finalmente pelo cristianismo gnóstico.

Grande parte do livro é dedicada ao interesse do Poeta pela Maçonaria, mas antes José Manuel Anes refere um episódio marcante na vida de Pessoa, que foi a sua correspondência e depois o seu encontro com Crowley e o facto, anteriormente desconhecido, de que Pessoa pertenceu a uma Ordem Crowleyana, atestado por documento incluso no livro.

Mas foi de facto a Maçonaria e outros movimentos tradicionais, como o templarismo e o Rosicrucismo, que receberam o maior foco de atenção pela parte de Pessoa, na fase final da sua vida. Os seus profundos conhecimentos do funcionamento e dos altos graus da Maçonaria, levaram Anes e levantar a hipótese de que o Poeta podia ser responsável por uma Loja Selvagem, na qual se reuniria, provavelmente sem quaisquer paramentos ou alfaias maçónicas, com alguns amigos, entre os quais Augusto Ferreira Gomes, naturalmente.

Outras hipóteses são propostas ao longo do estudo, como sendo a de que a Ordem Templária de Portugal seria de facto um grupo de pessoas, ao qual pertencia Pessoa obviamente, que se reunia na Quinta da Regaleira, grupo ao qual o Poeta atribuiu este epíteto solene.

Após a leitura deste livro fica claro, se é que antes não o era já, que toda a obra pessoana está impregnada destes seus interesses ditos esotéricos e que, ao contrário do que afirmam os mais cépticos e os intelectuais de mente inflamada e coração frio, não se tratam de devaneios ou fingimentos do Poeta...

De facto, por muito que isto custe a alguns aceitar, grandes vultos do passado (e do presente) - já o dissemos - tiveram uma visão holística da vida e dos fenómenos, embrenhando-se em mundos internos, oclusos, experimentando o hermetismo, as ciências ocultas, tendo conseguido, dessa forma, viver vidas fascinantes e deixando obras de grande importância para a Humanidade. Vale a pena referir outros nomes ou basta Fernando Pessoa...?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

Palavras Difíceis

...ou, como dizia o Nicolau Breyner num concurso televisivo de fraco gosto, palavras defíceis...

Quindecênviro - cada um dos quinze magistrados romanos encarregados da guarda dos livros sibilinos e da celebração de certas festas.

sábado, 19 de fevereiro de 2005

Oráculo II

Irmão Lucas,

«De onde vem apoderar-se de ti, no momento do perigo, essa perturbação que não se poderia aprovar num ser nobre, e que não traz consigo o céu nem a glória, Ó Ardjuna?»

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

A Filha da Floresta


Juliet Marillier


Bertrand



Ler este belo livro, foi como entrar por dentro de uma lenda celta, repleta de magia, amor, carvalhos, batalhas e mistério...

Sorcha é a filha da floresta, a sétima filha de um sétimo filho. Ela vive em Sevenwaters, uma casa perto de um grande lago onde vão desaguar sete riachos numa floresta da Irlanda e onde habitam as Criaturas Encantadas...

Após a ter dado à luz, Niamh a mãe de Sorcha morre e ela fica com os seus seis irmãos; Conor um aspirante a Druida, Liam já um lider, Padriac um aventureiro, Diamir e Comarck dois fervervosos guerreiros e Finbar que fala com Sorcha sem serem ouvidos.

Acho o livro com um ritmo incrível, empolgante e emocionante...

Sobre os seis irmãos caí um feitiço terrível planeado por uma terrível madrasta recém chegada a Sevenwaters que os faz transformar em cisnes, ficando apenas com a forma humana na noite do Solstício de Verão e do Solstício de Inverno. Sorcha consegue fugir da madrasta e para salvar os irmãos das suas formas selvagens terá que tecer seis camisas feitas de morugem e colocá-las no pescoço de cada cisne, até acabar a tarefa não poderá falar com ninguém...

O que Sorcha passa nas florestas e cavernas da Irlanda e depois de ser capturada pelos Bretões, isto tudo em 3 anos, é pois, um desafio enorme e terrível, para uma rapariga de apenas 16 anos...

"Mas há uma coisa de que não podes esquecer, se bem que possas esquecer tudo o resto. O bem e o mal não existem, salvo na maneira como vês o mundo. Não há trevas nem luz, salvo na tua visão. Tudo muda com um simples pestanejar, no entanto, permanece na mesma".

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

A História da Atlântida


Lewis Spence

Livros do Brasil



Hoje em dia existem três formas distintas de encarar a temática da Atlântida: há aqueles que acreditam na existência de uma Ilha-Continente que submergiu em tempos idos; há os que não acreditam e há os que dizem «Atlân... quê?...».

Mas, o que me parece ainda mais evidente é que os que acreditam, acreditam porque sim, e os que não acreditam, não acreditam porque não! Ou seja, os que acreditam, tais como os que não acreditam, baseiam as suas crenças no que ouviram dizer deste ou daquele. Normalmente os que acreditam, fazem-no porque estão convencidos que são de mente aberta, estão abertos aos temas da New Age, acreditam que existe uma conspiração que tenta esconder as verdades sobre os grandes mistérios da Humanidade, etc.. Os que não acreditam, estão convencidos de que já foram efectuados todos os estudos possíveis e de que nunca foram encontradas quaisquer provas que corroborassem a teoria. Assim, estão certos que a discussão já nem se coloca e acreditar em tais coisas é para os maluquinhos...

Isto tudo para dizer que são muito poucos aqueles que se debruçam, de facto, sobre a temática e se embrenham em estudos e pesquisas. Os entraves a tais estudos são muitos, pois existe pouca obra publicada sobre o tema, em forma de livro e em português, claro está.

Assim, esta História da Atlântida vem preencher um vazio em termos editoriais, uma vez que se trata de um estudo bastante bem fundamentado, realçando uma série de aspectos que, até nos mais cépticos, podem levantar questões pertinentes.

Em grossas linhas podemos dizer que o autor vai recapitulando as fontes da História Atlante, referindo, como é óbvio o incontornável Platão, transcrevendo Timeu e Crítias.

Mas, aquilo que nos parece mais importante são as invasões da Europa, referidas a páginas tantas pelo autor. A primeira efectuada pelo povo Aurignacence, por volta de 25 mil anos a.C., um povo com um sentido muito apurado de Arte e de Beleza, constatados nas pinturas rupestres que nos legaram, e que segundo o autor levaria séculos a atingir. Ora, não existem vestígios deste povo em qualquer outra parte do mundo, nem a Sul ou a Leste, onde pudessem ter vivido e onde pudessem ter evoluído, e o seu aparecimento espontâneo na Europa é, para o autor, um forte indicativo de que houve uma invasão, vinda de um continente hoje submerso. Outra invasão foi prepetrada pelo povo Azilense, este por volta de 12 mil a.C., mas cujas pinturas rupestres denotam já uma degenerescência.

Enfim, são apenas alguns aspectos, talvez menos conhecidos, que o autor desvenda ao longo das páginas de uma obra editada pela primeira vez em 1926.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

Oráculo

Irmão Lucas

«Torna a colocar a vara de Aarão diante do testemunho, como um sinal duradoiro para os rebeldes; assim farás cessar as suas murmurações contra Mim e eles não morrerão».

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

Fernando Pessoa e os Mundos Esotéricos

Ontem fui assistir, na Fnac do Fórum Almada, ao lançamento da 2ª Edição do livro "Fernando Pessoa e os Mundos Esotéricos", de José Manuel Anes, editado pela Ésquilo. A apresentação esteve a cargo da jornalista Helena Barbas, acompanhada do próprio Autor e do Editor (e também Escritor) Paulo Loução.

Para além do Dom da Escrita, José Manuel Anes tem também o Dom da Palavra e a sua boa disposição é uma mais valia para cativar a todos. Como tal, foi uma apresentação bastante bem sucedida, onde se abordaram diversos assuntos, extrapolando, em certas alturas, o universo Pessoano.

Ainda não tive oportunidade, contudo, de ler a obra em causa, mas posso avançar que me parece muito interessante e, diria mesmo, importante, uma vez que apresenta alguns aspectos menos conhecidos (ou desconhecidos mesmo) da vida do Poeta. Como exemplo, podemos referir a inclusão no livro de um documento que atesta a adesão de Pessoa a uma Ordem crowleyana, denominada "Argenteum Astrum". A afiliação de Fernando Pessoa a uma qualquer Ordem de carácter Esotérico e/ou Tradicional foi sempre amplamente discutida, sem nunca ter sido apresentado nenhum documento que confirmasse ou negasse tal facto. Contudo, recentes descobertas efectuadas pelos sobrinhos do Poeta, vieram pôr termo a esta dúvida...

Existe ainda outro motivo que encontro para adjectivar esta obra de "importante". Parece-me essencial, num mundo desmesuradamente materialista, apontar alguns vultos do Passado, como é o caso de Fernando Pessoa, e revelar a sua face mística, oculta, esotérica. Urge que se quebre o preconceito existente de que aqueles que se debruçam sobre os Mistérios, não passam de seres transtornados, seres que perderam a lucidez. Fernando Pessoa, tal como muitos outros que ao longo da História procuraram ampliar a sua consciência, através de uma visão holística dos fenómenos, foi um homem lúcido, extremamente lúcido, genial mesmo. Isto é atestado pela sua obra literária, reconhecida em todo o mundo, mas também pela sua faceta de Esoterista e Esoterólogo, revelando-se, a este nível, uma referência incontornável.

Posto isto, resta ler o livro...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

Sub-produtos dos jornais e revistas

Não é de todo novidade que alguns jornais e revistas disponibilizam, como compra opcional e em atractivas colecções, livros a preços bastante reduzidos.

Sinceramente, ainda não sei bem que posição hei-de tomar no que diz respeito a este assunto - se é que existe algum interesse em tomar uma posição sobre este ou até qualquer outro assunto, mas não vale a pena ir por aí...

Por um lado, os livros estão, de facto, despropositadamente caros e colocar os mesmos à venda, por um preço por vezes três vezes mais baixo, é um acto a enaltecer. Por outro lado, o mercado livreiro vai abaixo ainda mais, pois deixam-se de vender outros livros, mesmo que estes estejam fora das referidas colecções.

Por um lado, os livros mais baratos possibilitam a algumas pessoas, com menos posses, o acesso à "Cultura". Por outro lado, lembro as palavras do Mestre Agostinho da Silva que ao ser questionado sobre o que faria se um dia fosse Ministro da Cultura, respondia que «a primeira cultura é o pão para a boca». Porventura, as pessoas que estas promoções procuram visar não estão de todo interessadas. Quem acaba por aproveitar as promoções são os mesmos que iriam comprar os livros do mercado livreiro e que, assim, deixam de o fazer.

Assim, sendo livreiro, tendo a estar ligeiramente inclinado a reprovar a venda desses sub-produtos, mas o que é certo é que eu próprio já aproveitei algumas oportunidades. Por isso, abstenho-me de tomar uma posição, se me o permitirem...

Subscrever