quinta-feira, 19 de maio de 2005

Oráculo V

Irmão Lucas,

«...Quem viveu a certeza, lembra-se dela para sempre, e esta mesma certeza é transmitida a todos aqueles com quem a harmonia interior é firmada».

quinta-feira, 12 de maio de 2005

A Falta de Ler...

Não estou a ler nada, de nada.

Não tenho nenhum livro, nenhuma leitura interrompida, nada, nada!!!

Tenho alguns livros em perspectiva, já comprados, mas continuam nas estantes. Algumas leituras planeadas, mas continuam nos mesmos locais de descanso.

Tento escrever, mas as tentativas não passam de pequenas alterações de escritas já feitas há algum tempo, muito tempo.

Olho agora para mim, tentando encontrar as razões, os motivos de estar tão parado, e não encontro nenhuma explicação.

É como se um grande vazio tivesse ocupado o meu Ser, impedindo-me de ler ou escrever, mas será um vazio? Será a perguiça?

Penso que talvez se for ao encontro da natureza, de toda a existência e de todos os seres, terei alguma resposta.

Preparo-me para fazer pela primeira vez o Caminho a Santiago de Compostela, aí serei o buscador à procura de mim próprio, pois meus amigos, não sei onde, nem quando me perdi, apenas sei que tenho que encontrar-me, pelo que sou hoje, pelo que tenho que cumprir nesta vida junto daqueles que amo, junto de tudo e todos os que me rodeiam!

domingo, 8 de maio de 2005

O Reino dos Céus

Acabo de chegar a casa depois de ver O Reino dos Céus...

O filme é, como não poderia deixar de ser, muitíssimo mau. Para além de não acrescentar nada ao panorama cinematográfico, pois acaba por ser uma mistura de Gladiador com Senhor dos Anéis, os erros históricos, ou melhor, a deturpação histórica é gritante. É triste verificar que alguns realizadores têm como prioridade fazer passar as suas próprias crenças, em vez de se preocuparem em retratar a História, ou pelo menos uma aproximação àquilo que poderá de facto ter-se passado.

Assim, no filme, todos são bonzinhos, o Hospitalário, um santo, o Balian, praticamente um Cristo reencarnado, o Saladino,... bom Saladino foi de facto um grande homem. Depois, temos os bispos católicos, todos uns tolinhos (onde é que já vimos isto?...) e os Templários, "uma facção extremista, que não queriam qualquer relação com os sarracenos, não queriam a paz", de acordo com o que diz Ridley Scott, no sítio oficial do filme. Muitos de nós sabemos que isto não é de todo verdade, os Templários não foram nada daquilo que é passado no filme, apesar de dentro da Ordem existirem pessoas com ideais menos elevados, como é natural acontecer. Mas o que Ridley Scott fez foi transformá-los num bando de malfeitores, que apenas queriam fazer a guerra pela guerra, só por dar jeito para um enredo... E pensar que a maioria das pessoas que vai ver o filme nunca sequer ouviu falar nesta Ordem, que teve um papel fundamental na Idade Média, e é com essa ideia que vão ficar, chega a ser angustiante.

Existe inúmera literatura que se pode consultar sobre o tema retratado no filme, e pouca ou nenhuma coincidirá com o que vemos na película, em particular em relação à Ordem do Templo. Não esperamos que a consultem, nem esperamos que aceitem a nossa palavra, mas os Templários não foram nada daquilo que o Sr. Scott engendrou para dar um argumento ao seu filme. Pelo contrário, foi sempre esta Ordem que procurou fazer a ponte com o Islão, na busca de uma Paz duradoura entre as partes que se guerreavam. Foi esta Ordem que procurou erradicar a pobreza numa Europa mergulhada na miséria. Enfim, foi esta Ordem que procurou sempre o melhor para aqueles que a integravam e para aqueles a quem servia. Isto não passa, nem de perto nem de longe, no Reino dos Céus.

Mas, sejamos honestos, até há algumas partes boas no filme. Contudo não chegam para contrabalançar com as más e as muito más. É um filme que deixa um amargo de boca difícil de fazer desaparecer. Fica a esperança de que melhores filmes (e melhores dias) virão!...

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