segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Portugal e o Quinto Império por Cumprir

Rui Fonseca

Zian Editora

















Caros leitores, aqui marco o meu regresso ao Arte de Ler com um tema que me é muito especial.

O tema do livro em causa encontra eco em grande parte da classe poética portuguesa. No entanto, durante a segunda metade do século XX surgiu um adormecimento desta corrente de pensamento, designada por Sebastianismo. Não esquecendo a complexidade do tema, muitas vezes surge uma interpretação meramente artística de certos "tratados" sobre a temática sebástica. O autor Rui Fonseca, professor de Filosofia no ensino secundário, soube reunir todo um historial cronologicamente organizado, «partindo da raiz da temática (...) analisando alguns enquadramentos históricos que fazem recair sobre a grandiosidade de alguns povos a realização do Quinto Império».

Sem qualquer dúvida trata-se de uma obra interessante, oportuna e bem estruturada sobre esta temática. Contudo, o autor manifesta alguns subtemas algo alheios a temática como «a Declaração de Princípios da Cidadania Planetária». Rui Fonseca acaba por referir de igual forma a questão do antigo regime como: «o fascismo, espelho continuado deste atraso, caiu. E hoje, com o 25 de Abril, os tempos mudaram, as portas abriram-se e o futuro espera-nos». O Quinto Império, é intemporal, sem desenvolvimento politico/partidário, com o fundamento de um Estado Universal, regido por um Rei que terá reunidos em si o poder temporal e espiritual. Não faz sentido referir ao facto histórico da liberdade politica alcançada no 25 de Abril, sem referir acontecimentos políticos de grande importância para Portugal e sua Missão, tais como perda da independência Portuguesa, instauração do Regime Liberal, implantação da República e instalação do Estado Novo. Curiosamente é no período posterior ao 25 de Abril que se nota um maior afastamento literário e poético do mito do Quinto Império.

Penso que este livro é um bom contributo para esta causa, escrito por um livre-pensador, e eu como livre-pensador que sou, escrevo e digo: A Portugal está reservado um grande destino, deixar de ser Portugal e conduzir o Mundo Unido.

Apenas uma nota: curiosamente este livro foi editado no Brasil, pelo que não se entende a sua não edição em Portugal.

6 comentários:

mahayana disse...

E o que é Portugal neste momento? O que é ser português?
...
talvez... afinal... estejamos perto de deixar de ser Portugal...
agora...
temos que trabalhar bastante se tivermos de conduzir o Mundo Unido...

Anónimo disse...

O livro está editado em Portugal e conseguimos encontrar em qualquer fnac!

Francisco Canelas de Melo disse...

O livro foi editado no brasil, a editora é brasileiro, contudo esta disponível no mercado português!

Anónimo disse...

Acho que os portugueses com menos de 35 anos não têm a mínima consciência histórica. Do lugar que ocupam no mundo. Sabem o que se passou depois do 25 de Abril apenas.

Mesmo como desenvolvimento pessoal isso é grave.

Por outro lado, eu pertencendo a essa geração vejo que mesmo enchovalhados de cultura americana, sendo vendidos ao dinheiro, temos bem o gene português, apesar de afastados da cultura portuguesa. (e aqui não estou a tentar defender nenhuma ideologia comunista, apenas que nos dão a comer fast-cultura, porque dá mais dinheiro. Basta ir aos nossos cinemas, ver os filmes que aqui passam, a música que se ouve...)

Isto para dizer que a queda do mito sebastianista ilustra tão bem a perda da ccultura portuguesa.

Os estrangeirados, descritos por Eça, por Pessoa, etc., têm agora a fantástica oportunidade de serem mesmo estrangeiros.

Criou-se assim um ambiente em que as pessoas não sabem o que devem ser. O problema está primeiro: na pergunta - a cultura deve ser algo pessoal.

Segundo: na resposta. Sendo esta constantemente estrangeira.

Não digo que se deva rejeitar o estrangeiro. Acho que se deve conhecer, dar atenção, partilhar dos problemas que atormetam uma determinada geração.
Agora, achar que existe uma espécie de cultura certa, aho que é o que está a remeter a nossa cultura para segundo plano.

A culpa é parcialmente da venda ao exterior, dos governos que nos vendem; parcialmente nossa que nos deixamos ir até já gostamos do esquema.

Apreciava alguma resposta,

Pedro Lencastre

Anónimo disse...

Acho que os portugueses com menos de 35 anos não têm a mínima consciência histórica. Do lugar que ocupam no mundo. Sabem o que se passou depois do 25 de Abril apenas.

Mesmo como desenvolvimento pessoal isso é grave.

Por outro lado, eu pertencendo a essa geração, vejo que mesmo enchovalhados de cultura americana, sendo vendidos ao dinheiro, temos bem o gene português, apesar de afastados da cultura portuguesa. (e aqui não estou a tentar defender nenhuma ideologia comunista, apenas que nos dão a comer fast-cultura, porque dá mais dinheiro. Basta ir aos nossos cinemas, ver os filmes que aqui passam, a música que se ouve...)

Isto para dizer que a queda do mito sebastianista ilustra muito bem a perda da ccultura portuguesa.

Os estrangeirados, descritos por Eça, por Pessoa, etc., têm agora a fantástica oportunidade de serem mesmo estrangeiros.

Criou-se assim um ambiente em que as pessoas não sabem o que devem ser.
E o problema está primeiro: na pergunta - a cultura deve ser algo pessoal.

Segundo: na resposta. Sendo esta constantemente estrangeira.

Não digo que se deva rejeitar o estrangeiro. Critico que seja um apelo às pessoas não pensarem.

Agora, achar que existe uma espécie de cultura certa, é o que está a remeter a nossa cultura para segundo plano.

A culpa é parcialmente da venda ao exterior, e dos governos que nos vendem; parcialmente nossa que nos deixamos ir e até já gostamos do esquema.

Desculpem a correcção do comentário que fiz anteriormente.

Apreciava alguma resposta,

Pedro Lencastre

Anónimo disse...

O V Império é exatamente o contrário disso: é o império da mentira, da degeneração, e do dinheiro. Portugal não tem o papel de liderar o mundo unido, pelo contrário é uma barreira simbólica (repare-se no simbolismo da bandeira nacional, para começar...) à concretização do ideal humano, o Reino de Deus. Esta é a única interpretação possível da profecia, para quem conhece o país atualmente. Profecia irónica e denunciadora das injustiças e males que continuam a querer infiltrar-se num mundo que se rege realmente, ou quer apenas parecer, pelos direitos e pela liberdade.

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